segunda-feira, 11 de abril de 2011

Achei-me

   Estava andando por aí, passeando por meu infinito particular. Vi vários crepúsculos, andei por várias praias, jardins e lugares onde a felicidade reinava linda, completa e plena. Mas, ao passar por uma cerejeira, vi embaixo dela, sentada com a cabeça baixa, e com a franja cobrindo a face encharcada em lágrimas, uma garota.
   Me aproximei dela, e sentei em sua frente. Coloquei minha mão em seu queixo e ergui seu rosto. Fiquei pasma ao ver que aquela face tão expressiva, estava totalmente contorcida de dor e amargura, olhei em seus olhos e busquei pelo brilho que sempre havia neles, mais uma vez, pasmei ao ver que estavam ausentes ali. Perguntei-a o porque daquelas lágrimas, e porque estava ali.
  Ela me disse:
  Quando as nuvens estão cheias, chove; quando se bate em um vidro, ele parte em mil pedaços. Assim sou eu, assim é o meu coração, se as tristezas me invadem profundamente, eu choro; se me machucam com palavras ou ações, meu coração se enche de feridas e se parte. Venho aqui sempre que me sinto assim, o mundo me faz mal, aqui, posso ficar totalmente perdida em meus pensamentos, em minhas lembranças e lástimas, e assim, talvez, entender um dia que nada acontece por acaso.
   Eu a olhei profundamente, e pude sentir as mesmas sensações que ela, toda dor e amargura que havia em seu peito, então, pensei em tudo que havia descoberto passeando por ali, e em todas as conclusões em que eu conseguia ter chegado  e apenas sorri para ela. Instantâneamente, como em um espelho, ela sorriu pra mim e pegou minha mão,  me guiando por uma ponte, até chegarmos em frente ao mar. Ela me olhou, e desapareceu.
     No mesmo instante, senti uma profunda alegria e um sorriso emanou do meu rosto. Eu havia me  encontrado.

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